As principais notícias do Distrito Federal nos telejornais locais da Globo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

PROFISSÃO FLANELINHA - texto

Brasília, 20 de novembro de 2009

éfatopolítica

Por Elisabeth Mota

Você sabia que a profissão de flanelinha dá muito lucro?

Regiane é flanelinha no estacionamento do Conjunto Nacional há muitos anos, moradora da Santa Maria, ela fala que com o dinheiro que ganha lá já construiu sua casa, mantêm as despesas sozinha e suas três filhas permanecem somente estudando.

Ela trabalha em média 12horas por dia e chega a faturar em dias ruins R$40,00 e nos bons mais de R$60,00. Tomando como base o valor de R$50,00 por dia, ela chega à ganhar R$1.500,00 por mês. Esses valores mudam completamente na época do Natal, onde seus faturamentos ficam entre R$150,00 à R$350,00 por dia.

Em julho desse ano entrou em vigor no DF o Decreto n° 30.522 que regulamenta a profissão dos flanelinhas como guardadores de veículos, serviço sob pagamento facultativo. Muitos profissionais da área falam que o maior beneficio foi o respeito e a facilidade que ganharam para exercer-la.

Os guardadores de veículos precisão cumprir algumas exigências para obter o cadastro e registro junto aos órgãos, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego - SRTE e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal – SEDEST. Além de apresentar três NADA CONSTA, os guardadores de veículos realizarão um curso de capacitação que terá como conteúdo, no mínimo, noções básicas de cidadania, responsabilidade civil, obrigações profissionais, direitos dos proprietários, trânsito, relações humanas no trabalho e sendo daqui um ano o curso de biolavagem.

A lavagem a seco dos carros através da biolavagem será obrigatória a todos os guardadores e lavadores de veículos do DF, após realizado o curso os interessados deverão adquirir o material para realizar o serviço de lavagem. O governo irá financiar o material que terá um custo em torno de R$700,00. “A justificativa do governo para nos obrigar a comprar os produtos da biolavagem é que nós não pagamos impostos e não pagamos pela a água que usamos”, relata Regiane.

Para Joaquim Antônio, morador da L Norte da nova QNL, que trabalha no estacionamento do Setor Comercial Sul, o curso não ajuda muito por que da pouco conhecimento. “Eu não uso água de graça, eu busco essa água em uma nascente em Taguatinga Sul a baixo do Lar dos velinhos, os donos do Vai Quem Quer cercaram a nascente e cobram R$40,00 pelo carro pipa e agora vou ter que pagar quase 1.000,00 por esses produtos de lavagem a seco, tem cliente que não vai gostar e eu vou deixar de ganhar meu dinheiro por isso, não sei se vou deixar de lavar com água”, afirma Joaquim.

Alguns guardadores receberam os coletes sem ter feito o curso, o senhor José que trabalha no mesmo estacionamento de Joaquim tem o colete, mas comentou que ainda não fez o curso.

Para Joaquim o decreto só tem deveres que eles devem cumprir e não os dão nenhum direto. Joaquim gostaria que alguns benefícios fossem atendidos como um banheiro público e um local para beber água. Joaquim diz que os comerciantes não gostam de ceder seus banheiros para eles.

Regiane e Joaquim relataram que os fiscais da Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social e Corregedoria-Geral do DF - SEOPS, órgão responsável pela fiscalização, passam todos os dias pelos estacionamentos, mas eles só abordam quem estiver irregular e após uma advertência verbal, três notificações por escrito o guardador irregular perde seu colete, o crachá e o direto de atuar na área de trabalho por uma semana, voltando a ocorrer novas irregularidades com o mesmo guardador ele poderá ficar proibido permanentemente de atuar como guardador de veículos.

A SEOPS foi procurada para esclarecer algumas questões, porém não respondeu aos contatos.


éfato - EDITORIAL

Por ELISABETH MOTA

A verdade é que muitos proprietários de veículos não vêem os flanelinhas com bons olhos.

Deixar o carro aos cuidados dos flanelinhas é sempre um risco, uma roleta russa. O decreto publicado no DF diz que a ‘caixinha’ aos flanelinhas é opcional. O guardador que for flagrado coagindo motoristas, embriagado, cobrando preços abusivos, sob efeito de drogas, ou emprestando o colete perderá a autorização e estará sujeito a multa. Mas será que é isso mesmo que acontece?

Quem trabalha em shoppings, bancos e no comércio em geral, onde o estacionamento público não é suficiente, sabe o drama que é deixar o carro estacionado. Freqüentemente os flanelinhas estipulam valores fixos e quem não paga corre o risco de quando voltar encontrar seu veículo danificado e sujo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada. Respondo assim que puder!

Bem vindo ao meu Blog de notícias.

A inspiração existe, porém tenho que encontrá-la trabalhando. " Pablo Picasso"

" Helen Keller "

" Helen Keller "
Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas meu primeiro dever está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres.